terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sócrates e o conhecimento

Sócrates foi um filosofo que possuiu um método direfente dos que te antecederam, ele tinha a arte do dialogo; em suas conversas que geralmente acontecia em vias públicas, ele questionava seu interlocutor como se ele próprio quisesse aprender, e dessa forma ele não assumia a posição de um professor tradicional, durante as conversas, freqüentemente conseguia levar seu interlocutor a ver os pontos fracos das idéias que ate então era tido como certeza.

Para Sócrates o conhecimento deveria vir de dentro para ser verdadeiro, bastando para isso usar sua razão. Sócrates fazia isso com intuito de causar nas pessoas uma reflexão sobre a sociedade a qual vivia (Antenas), ele, por exemplo, protestava contra o fato das pessoas serem condenadas a morte; e desafia quem detinha o poder na época, criticando todas as formas de injustiça e de abuso de poder.

Sócrates compreendia que a essência do homem era a alma, e por alma entendia a nossa razão. A alma para ele era o “eu” consciente, ou seja, a consciência e a personalidade intelectual e moral, por isso, ensinar os homens a cuidarem da alma é tarefa do educador, tarefa essa que Sócrates considerava ter recebido de Deus. Dessa forma a virtude do homem “é aquilo que faz com que sua alma seja tal como a natureza determina, ou seja, boa e perfeita”.

Então para Sócrates considerava que a virtude se adquiria, através do conhecimento (ciência), ao passo que o vicio é a falta do conhecimento, ou a ignorância. Assim a ciência e o conhecimento que aperfeiçoam a alma e a razão, sendo essa a condição necessária para se fazer o bem. Ninguém comete conscientemente um erro: se sabe que vai fazer algo errado, você simplesmente não o faz. Nesse sentido, o mal é conseqüência da ignorância e a busca do conhecimento coincide com a busca da virtude.

O saber é algo que se adquire na complexidade da vida; adquirimos o saber com o acumular de experiências teóricas e prática, a finalidade do método socrático é de natureza ética e educativa, e muito contribuiu para a relação com o saber atual. De acordo com a concepção socrática, não se pode aprender algo que já não se conheça e todos nós já possuímos esse saber, mas está esquecido, por isso é de fundamental importância o processo de questionar, para que o sujeito possa relembrar.

Sócrates estabelecendo seus métodos: ironia e maiêutica, acreditava que levaria a pessoa ao aouto-conhecimento que segundo ele, para conhecer a si mesmo é preciso Sócrates estabelecendo seus métodos: ironia e maiêutica, acreditava que levaria a pessoa ao aouto-conhecimento que segundo ele, para conhecer a si mesmo é preciso conhecer o outro. A alma do outro é como se fosse o espelho da própria alma. O conhecimento da própria ignorância não é a conclusão final do filosofar, mas o seu momento inicial e preparatório. É preciso um caminho indireto, como a ironia (método de ensino de Sócrates), porque o caminho para o conhecimento interior é individual a cada um.

Dessa forma Sócrates acredita traçar as linhas do conhecimento, podemos com isso fazer uma comparação a aquisição do conhecimento na EAD, já que ao falarmos sobre a postura do mestre, a primeira idéia que surgi em nossa mente é o de “detentor do saber”, aquele (a) que transmite conhecimento, e que automaticamente precisa de um discípulo, um sujeito que acaba tendo uma postura passiva, pois geralmente, essa transmissão é dada de forma mecânica e sem necessariamente existir a necessidade ou o desejo por parte do discípulo ou aluno, e Sócrates a muito tempo mostrou que é necessário que o sujeito seja a peça fundamental da engrenagem e que deve partir dele a busca ao conhecimento, assim como a metodologia EAD, o aluno é um ser desejante, e precisa ter autonomia em sua busca pelo conhecimento.

Apesar de todos criticas quanto método socrático, muito ele contribuiu, principalmente no rompimento com a postura da divisão do saber, no qual o educador sabe e o educando nada sabe. Quebrando também com o mito sobre as verdades absolutas e as certezas paralisantes, que cristaliza e impede o desenvolvimento e uma visão critica acerca do mundo no qual vivemos.


Sócrates foi comparado ora a uma tremelga ora a um moscardo. Justamente como a tremelga paralisa a sua presa, do mesmo modo Sócrates paralisava o interlocutor seguro de si próprio e que não via que o seu saber não era senão um pseudo-saber, uma ignorância que se ignora


Acessado: 31/08/2010 http://www.cogumelosmagicos.org/forum/showthread.php?2779-S%F3crates-e-a-filosofia-do-AUTO-CONHECIMENTO(feliz)
acessado:31/08/2010 http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/metodosocratico.htm

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

JACQUES LACAN E A EDUCAÇÃO

Hoje já podemos falar em aprendizagem sem necessariamente pensar num modelo único e puramente de transmissão de saber. Existem diversos modelos e uma vasta forma de trabalhar a educação, claro que umas que possibilitam mais autonomia e outras que ainda prende o sujeito numa alienação, que o impede de ver o mundo com seus próprios olhos.

Entre alguns teóricos existe um que contribui significativamente nesse processo que é Jacques Lacan, na busca de uma prática psicanalítica que conseguisse abordar os mecanismos do inconsciente, Lacan chegou a seu mais famoso aforismo: "O inconsciente é estruturado como uma linguagem". A linguagem passou a ocupar o centro de suas preocupações e de seu trabalho clínico e teórico, e foi nesse aspecto que se deu sua maior contribuição para a Educação.

Lacan foi apurando a delicada e "ambígua" relação do sujeito com o saber, situando este ao lado da psicanálise e o conhecimento ao lado da ciência, inclusive da educação.

No caso de Lacan, a teoria torna o entendimento das funções da linguagem ainda mais complexo. Enquanto para Freud o inconsciente era, grosso modo, uma instância individual, para Lacan ele sai do sujeito (indivíduo) para abarcar uma rede de relações sociais. Ou seja, à noção do sujeito dividido, soma-se também o conceito de Outro, podendo esse ser entendido como uma combinação dos sistemas simbólicos e socioculturais.



Na teoria lacaniana, também ocupa lugar fundamental a noção de gozo: "Ele é uma mistura de prazer e insatisfação - ou também pode ser de dor e satisfação -, que nos torna apegados a formas de relação conhecidas como sintomas, inibições ou angústias", nesse sentido, a linguagem também se constitui um lugar de gozo. "Lacan nos revela que tendemos a funcionar por inércia e que não há um verdadeiro desejo de saber", e que "Dificilmente o professor procura trabalhar com novas possibilidades de gozo dos alunos. Por isso, não é de estranhar que um dos sintomas da cultura atual seja o fracasso escolar provocado pelo desinteresse."

Um dos modelos que trouxe grande referencia foi o trabalho que Lacan lançou com grupos menores no qual a execução do trabalho da Escola é o de “uma elaboração sustentada num pequeno grupo” chamado de Cartel. O trabalho é executado por três ou quatro pessoas, e tendo a presença de MAIS UM. Os membros que compõe o Cartel trabalham tentando decifrar um saber que lhe afeta (desejo), e a resposta depende do trabalho de cada sujeito, e a através do Cartel que, faz-se a transmissão na psicanálise.

Desse modo, o saber é orientado de acordo com o desejo do sujeito que é sua maior motivação, o educador é apenas mais um, que orientada, questiona, relaciona, motiva e constrói junto o processo e aprendizagem, sem tirar à autonomia do sujeito, nesse sentido a educação baseada nos princípios lacaniana tem muita relação com a educação a distancia- EAD, pois a proposta do EAD também pode ser considerada uma proposta emancipadora, uma vez que ela desperta a autonomia do estudante e possibilita uma aprendizagem partindo do interesse do mesmo. A EAD pretende transformar relações de hierarquia e autoridade numa nova forma de educação, na qual o conhecimento é apresentado numa relação teórica e prática.



Acessado: 30/08/2010 http://www.educacaoonline.pro.br

Acessado: 30/08/2010 afcl.campolacaniano.com.br/.../Cartel/Patricia-Zarowsky-O-cartel-ou-o-gonzo.pdf
EDUCAÇÃO EMANCIPADORA

A educação emancipadora reconhece que o aluno é capaz de aprender sozinho, de maneira autônoma, inclusive escolhendo seu próprio caminho. Essa forma de educação vem questionar o lugar do mestre como aquele que detém. Para Paulo Freire a educação emancipadora é capaz de produzir um ser autônomo ele faz a seguinte citação: “Ninguém educa ninguém, os homens se educam entre si mediatizados por seu mundo”. Aprendemos a todo o momento, em qualquer lugar, por observação, em nosso convívio social e para isso não é necessária a presença do mestre unicamente como transmissor do seu saber. Joseph Jacotot fala que o aluno pode aprender sem mestre, tão somente pela tensão de seu próprio desejo, basta haver a vontade do aluno, em um ato de inteligência, que só obedece a si mesma. E fala ainda que para haver essa aprendizagem o mestre emancipador deve ser um mestre ignorante, já que desse modo o aluno não pode ocupar o lugar de ignorante.

A educação emancipadora dessa forma, se aproxima muito com a proposta da educação à distância, pois no ensino em EAD o aluno precisa ser o construtor do próprio conhecimento, o professor é apenas um facilitador não transmitindo seu conhecimento ao aluno, o conhecimento é construído coletivamente. O aluno emancipado pensa, desenvolve pensamento crítico, constrói seu conhecimento de forma autônoma não sendo um mero receptor passivo.

Jacotot afirma: “Todo homem, pelo fato de ser humano, é intelectualmente capaz. Apena é preciso que se reconheça que em cada manifestação intelectual pode-se encontrar o todo da inteligência humana. Pois uma vez que se foi capaz de aprender alguma coisa, se é sempre capaz de aprender qualquer outra, bastando que se queira, que se encontre uma razão para tanto.

www.paulofreire.org.br

http://www.scielo.br/pdf/es/v24n82/a18v24n82.pdf
OS SOFISTAS E A EDUCAÇÃO EM EAD



Os sofistas eram mestres que possuiam grande capacidade de argumentação e a arte da persuasão, buscavam convencer rapidamente seu interlocutor acerca daquilo que estavam discursando. Foram eles quem sistematizaram e transmitiram uma série de conhecimentos, tinham como objetivo transmitir seus ensinamentos, prezavam pela capacidade de expressão, dominavam técnicas avançadas de discurso e atraiam muitos aprendizes. Contrário a Sócrates não se preocupavam em levar as pessoas a se questionarem quanto a verdade dos fatos, seus objetivos eram manipulatórios.



Seria difícil pensar em uma relação entre o ensino sofistico e a EAD, uma vez que o professor em EAD, não possui um papel de instrutor que esta sempre presente transmitindo seus conhecimento, ao contrário, o professor tem o papel de facilitador, orienta o aluno e os auxilia em encontrar caminhos para desenvolver seu próprio conhecimento, porém não podemos dizer que o conhecimento dos sofistas não tiveram nenhuma importância, na época apesar de não desenvolverem em seus discipulos pensamento crítico e autonomia, que são princípios norteadores da educação à distância, foram capazes de desenvolver uma culura aprofundada e ao mesmo tempo formar oradores eficazes, por meio do ensino de suas habilidades de discurso, que na época eram fundamentais para a política. E podemos até mesmo chegar a fazer uma comparação entre qualquer forma de ensino e a prática dos sofistas se pensarmos que assim como os sofistas cobravam pelos seus ensinamentos, hoje a educação em muito casos é “vendida”, mesmo na educação à distância, muitas vezes são utilizadas técnicas de sedução por meio do marketing para atrair alunos a seus cursos.

http://www.infoescola.com/filosofia/sofistas/